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A indústria cerâmica no Acre

Situado na Região Norte do Brasil, conhecido como o “Extremo Oeste do Brasil”, o estado do Acre tem uma área de 152.000 km² (maior que Santa Catarina ou Ceará), uma população de apenas 906.000 habitantes e faz fronteira com os estados do Amazonas, Rondônia e com os países Bolívia e Peru. Por sua posição geográfica em plena floresta amazônica, as dificuldades de transporte são intensificadas nos meses chuvosos, principalmente entre dezembro a abril, com inundações, interrupções de rodovias e consequente paralisação de inúmeras atividades como a construção civil. Neste período as indústrias de cerâmica reduzem em até 70% sua produção e o preço de venda de seus produtos caem. 

Nesta região, a indústria de cerâmica vermelha tem papel importante no desenvolvimento, a exemplo das outras regiões. Na capital, Rio Branco, inúmeras ruas e avenidas tem seu pavimento feito com tijolos cerâmicos maciços e perfurados, algumas que já existem há mais de 30 anos, comprovando a qualidade, resistência e durabilidade destes produtos, que são submetidos aos extremos de calor, umidade, abrasão e pressão constante de pedestres, automóveis, ônibus e caminhões. 

No estado existem aproximadamente 30 indústrias de cerâmica vermelha produzindo blocos de vedação, estruturais e tijolos maciços e perfurados

 

Cidade do Povo, Ruas do Povo 

Nos últimos anos, o governo acreano lançou dois programas diretamente ligados à indústria cerâmica. Em Rio Branco o governo estadual lançou um ousado programa de habitação denominado “Cidade do Povo”, que previa a construção de 10.600 moradias na capital, mas até 2018 apenas 3.500 habitações foram concluídas. Estima-se que a população deste novo bairro será de aproximadamente 60.000 habitantes ao final de sua implantação, o que corresponderá ao equivalente de 3º maior município do estado, atrás apenas de Rio Branco e Cruzeiro do Sul. 

As famílias atendidas serão prioritariamente aquelas residentes em áreas alagadiças, de baixa renda e policiais civis e militares. As casas foram construídas através do convênio com o governo federal pelo programa Minha Casa Minha Vida. Além das residências, o bairro tem postos de saúde, áreas comerciais, escolas e mais de 60% dos 700 hectares da Cidade do Povo serão de áreas verdes e públicas. 

Na construção das primeiras casas, várias tecnologias foram utilizadas, como alvenarias com blocos cerâmicos estruturais e de vedação, paredes injetadas de concreto, paredes pré-montadas com blocos cerâmicos, coberturas com telhas cerâmicas, de concreto e de fibrocimento. As casas tem, em média, uma área construída de 50 m². 


Outro programa intitulado “Ruas do Povo”, adquiriu tijolos cerâmicos maciços e perfurados de praticamente todas as indústrias cerâmicas acreanas nos últimos anos, pavimentando ruas e calçadas, a exemplo do “Parque da Maternidade” com uma longa pista de caminhada calçada com estes tijolos e que atravessa todo o centro da capital. 

 O clima acreano, úmido e quente, exige muito das construções e a argila local utilizada na fabricação de produtos cerâmicos é propícia para estas condições, a exemplo a pavimentação de ruas nas áreas alagadiças com tijolos cerâmicos maciços, que resistem há mais de 20 anos onde pavimentos com outros materiais se deterioraram rapidamente. 

 

Cerâmica vermelha, sempre a melhor alternativa sustentável para a construção. 

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Pontos fracos dos fornos móveis-metálicos

Os fornos móveis metálicos tem sido construídos cada vez mais nas indústrias de cerâmica vermelha no Brasil. É quase que uma unanimidade, a maioria dos empresários do setor querem construir um, mas muitos se assustam com o investimento e incertezas tecnológicas. Outros não querem mesmo, tendo convicção que fornos tipo túnel, Cedan-câmara e outros são muito melhores, além de outros fatores. Há até preferências regionais, onde se utilizam determinado tipo de forno na maioria das empresas locais.
 
Desenvolvido no final do século passado por um brasileiro na Colômbia, o forno móvel começou a ser construído no Brasil no início deste século e hoje o encontramos em inúmeras regiões, queimando telhas, tijolos e blocos.
 
Comparando com outros fornos, os fornos móveis tem um baixo consumo de combustíveis, queima rápida, excelente aproveitamento dos produtos queimados, propicia um ambiente mais agradável aos trabalhadores que não precisam entrar em fornos quentes para carregar e descarregar, nem se utilizar dos ventiladores de resfriamento. A mecanização de carregamento e descarregamento é limitado a pacotes carregados por empilhadeiras, esteiras e sistemas semelhantes a ponte rolante.
 
É um forno intermitente, cuja principal característica é sua construção com estrutura metálica revestido com manta cerâmica – leve, de apenas 15 cm de espessura, e que isola muito mais que grossas paredes de outros fornos intermitentes. O calor não absorvido pela manta cerâmica, vai para a carga a ser queimada.

A manta cerâmica é oferecida por algumas empresas consagradas, com fornos em operação há mais de 18 anos. Bem instaladas e com os devidos cuidados, a manta é extremamente durável. O forno aceita diversos tipos de combustíveis e total mecanização dos sistema de queima. Mas existem aqueles casos mal resolvidos, com problemas até crônicos, não diretamente ligados ao conceito do forno móvel, mas por projetos e construções equivocados, além do uso incorreto.

Para quem já utiliza um forno móvel ou pretende estudar sua aquisição, ficam aqui os alertas dos pontos fracos destes:


1)    Fornalhas: áreas de intensa movimentação de combustíveis e gases. Temperaturas elevadas por longos períodos e erros na escolha destas em função dos tipos de combustíveis utilizados levam a grandes problemas. É um ponto que requer muita atenção e estudo, pois um projeto contando com materiais de baixa qualidade e erros nas grelhas, por exemplo, podem comprometer demais a boa combustão e desgastar prematuramente as fornalhas, gerando contínuas manutenções, além de elevar o consumo dos combustíveis;
2)   Sistemas de exaustão: outro ponto muito crítico e de pouco conhecimento – canais subdimensionados, chaminés enormes que não resolvem, sistemas de monitoramento de temperatura e pressão inexistentes (no caso da exaustão). O deprimômetro ainda é um instrumento com baixa utilização e compreensão. Erros neste sistema podem resultar em queimas prolongadas, defeitos nos produtos queimados e grande consumo dos combustíveis.


Estes pontos fracos não são exclusividade dos fornos móveis e, seja qual for o tipo de forno utilizado, é aconselhável medir precisamente seus resultados, podendo ser utilizado os cinco itens a seguir:

1)    Tempo de queima;
2)    Consumo de combustíveis;
3)    Qualidade dos produtos;
4)    Estrutura do forno;
5)    Procedimentos.

Veja mais no Capítulo 5 - Queima, do livro Cerâmica Vermelha no Brasil.